A produção desses ateliês foi tão abundante e revelou-se de tão grande interesse científico e utilidade no tratamento psiquiátrico que pintura e modelagem assumiram posição peculiar. Daí nasceu a idéia de organizar-se um museu que reunisse as obras criadas nesses setores de atividade, a fim de oferecer ao pesquisador condições para o estudo de imagens e símbolos e para o acompanhamento da evolução de casos clínicos através da produção plástica espontânea.
Em 20 de maio de 1952 foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente. Estando diretamente vinculado aos ateliês de pintura e de modelagem, o Museu não cessou de crescer. Seu acervo possui atualmente cerca de 350 mil documentos entre telas, desenhos, pinturas e modelagens. O Museu é um centro vivo de estudo e pesquisa. Organiza exposições, reúne um grupo de estudos, promove cursos e oferece aos interessados campo para pesquisa.
O método de trabalho no Museu consiste principalmente no estudo de séries de imagens. Isoladas, parecem sempre indecifráveis.Com surpresa, verifica-se que nos permitem acompanhar o desdobramento de processos intrapsíquicos. Não raro verifica-se que essas séries contêm significações paralelas a temas míticos. Essas pesquisas de paralelos históricos têm importância tanto teórica quanto prática.
A tarefa do terapeuta será estabelecer conexões entre as imagens que emergem do inconsciente e a situação emocional que está sendo vivida pelo indivíduo.
Ronald Laing
Escritor e psiquiatra inglês.
Um dos fundadores do movimento da antipsiquiatria.