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Nise da Silveira

Vida e Obra

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Museu de Imagens do Inconsciente
O Legado de uma Vida

Ateliê de pintura

Pintura abstrata apresenta a base clara, como se fosse um piso ou uma calçada. À direita, em verde, um cavalete de pintura com um quadro verde. À esquerda, dois retângulos azuis e ao fundo, na parte de cima da imagem, tons amarelados.

"Era surpreendente verificar a existência de uma pulsão configuradora de imagens sobrevivendo mesmo quando a personalidade estava desagregada."

Nise da Silveira

Pintura abstrata apresenta a base clara, como se fosse um piso ou uma calçada. À direita, em verde, um cavalete de pintura com um quadro verde. À esquerda, dois retângulos azuis e ao fundo, na parte de cima da imagem, tons amarelados.
O recinto do ateliê foi muitas vezes espontaneamente escolhido como motivo para pinturas, o que indica quanto este lugar é significativo para seus freqüentadores
A tela retrata sala de um ateliê de pintura. Em primeiro plano, estão cinco cubos azuis sobre um piso marrom-alaranjado. Ao lado direito, após o último cubo, um cavalete para pintura. Ainda à direita, uma parede clara com quadros afixados e, ao fundo, outra parede clara com uma mesa e duas cadeiras.
O ateliê, visto por Fernando Diniz
Pintura em tons azuis e verdes em toda a sua área. A tela é quase inteiramente tomada por uma grande janela, por onde se vê a paisagem. No canto inferior direito, uma pessoa trabalha sentada em uma cadeira, em frente a uma mesa.A pintura revela uma paisagem ao ar livre. São identificadas árvores com grandes copas e, sob elas, silhuetas de duas pessoas. Ao fundo, parte de um edifício em tons de laranja e algumas janelas. Em primeiro plano, na extensão da altura da imagem, no lado direito, há três pinturas em moldura clara, dispostas em linha vertical.
Desenho abstrato em tons de azul e rosa. É possível identificar, em meio a muitos traços indefinidos, dois quadriláteros azuis na parte inferior e, ao fundo, na diagonal, três círculos vermelhos, apoiados em discretas hastes compridas.
A pintura explora diferentes cores. No centro da tela há uma pessoa em pé, de perfil e voltada para o lado esquerdo, com as duas mãos sobre um aparato. Mais atrás, outra pessoa está sentada a uma mesa, com várias cadeiras atrás dela. Ao fundo, há uma grande janela.
O ateliê de pintura segundo Emygdio
O ateliê de pintura era inicialmente apenas um setor de atividade entre vários outros setores da Seção de Terapêutica Ocupacional. Mas aconteceu que desenho e pintura espontâneos revelaram-se de tão grande interesse científico e artístico que esse ateliê logo adquiriu posição especial
Fotografia em preto e branco de uma senhora pintando. Ela está sentada, de perfil, voltada para a direita e ocupa toda a lateral esquerda da foto. Tem cabelos bem curtos, escuros e crespos, e traz um cigarro à boca. Com os braços apoiados na mesa, ela usa a mão direita para pintar sobre um papel.
A fotografia, em preto e branco, mostra pessoas em uma sala fechada, sentadas a mesas que contêm papel, pincéis e tintas. Em primeiro plano, há um rapaz com cabelos curtos e escuros, que usa camisa clara com listras na vertical. Ele está à direita, sentado de perfil, com o braço esquerdo apoiado sobre a mesa, na qual se vê uma folha de papel branco. Ele encosta o polegar da mão direita nos lábios cerrados e olha para frente.

Apesar de nunca haverem pintado antes da doença, muitos dos freqüentadores do ateliê, todos esquizofrênicos, manifestavam intensa exaltação da criatividade imaginária, que resultava na produção de pinturas em número incrivelmente abundante, num contraste com a atividade reduzida de seus autores fora do ateliê, quando não tinham mais nas mãos os pincéis.

O Museu de Imagens do Inconsciente, nas palavras de Mário Pedrosa, "é mais do que um museu, pois se prolonga de interior a dentro até dar num ateliê onde artistas em potencial trabalham, fazem coisas, criam, vivem e convivem.

Ali, com efeito, se foi reunindo ao acaso todo um grupo de enfermos -

esquizofrênicos - tirados do pátio do hospício para a seção de terapêutica ocupacional, desta para o ateliê, do ateliê para o convívio, onde passou a gerar-se o afeto e o afeto a estimular a criatividade".

Na escola viva que eram os ateliês de pintura e de modelagem, a escola que eu freqüentava cada dia, constantemente levantavam-se problemas. Dificuldades que conduziam a estudos apaixonantes e muitas vezes tornavam necessária a procura de ajuda fora do campo da psiquiatria - na arte, nos mitos, religiões, literatura, onde sempre encontraram formas de expressão as mais profundas emoções humanas.

Nise da Silveira