''
Nasceu em 1914 no estado de Alagoas. Solteiro, desenhista de profissão. Aos 17 anos passou a dedicar-se a lutas de boxe conquistando várias vitórias. Sua relação com o pai era conflituosa, marcada por castigos e violência. Internado em 1949, permanece no Hospital Psiquiátrico Pedro II até sua morte, em 1982. Com curso ginasial incompleto, frequentou aulas de desenho no Liceu de Artes e Ofícios.
Diferentemente dos outros freqüentadores dos ateliês de pintura e modelagem do Museu, Abelardo não era um leigo, e sim uma espécie de artesão, herança do tempo do aprendizado no Liceu. E, generosamente ele ofereceu seus conhecimentos aos colegas do ateliê.
O grande destaque de sua obra são, sem dúvida, suas modelagens, realizadas na década de 50. Segundo o crítico Marinho de Azevedo, elas são "uma mistura de rigor e de facilidade que as tornam de classificação difícil. Ele é clássico - como um museu o imaginaria - e, ao mesmo tempo, piegas."
Tudo que faz fica entre uma necessidade de ordem e uma vontade de ternura, que a contraria. Reproduções de suas obras foram publicadas em cartões postais feitos pelos Correios e Telégrafos.