Nise da Silveira

Vida e Obra

Programação de eventos da exibição no Centro Cultural do Ministério da Saúde

Nise da Silveira - Um Olhar Presente (15/03/2006)

O Centro Cultural da Saúde promoveu nesta quarta-feira, 15 de março, o evento Nise da Silveira - Um Olhar Presente. A iniciativa marcou os últimos dias da mostra sobre a psiquiatra que lutou por um tratamento mais digno aos portadores de transtornos mentais. Durante todo o dia foi apresentada uma programação variada com música, teatro, declamação de poesia, oficinas de mandalas e de expressão corporal.

Confira a lista das atrações:

Teatro Cabeça do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ)
Cancioneiros do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB)
Pirei na Cenna - Centro de Teatro do Oprimido/Hospital Psiquiátrico de Jurujuba
Mágicos do Som - Caps Usina dos Sonhos (Volta Redonda)
Harmonia Enlouquece (CPRJ)
Desfile de Camisa de Força - Espaço Aberto ao Tempo/Instituto Municipal Nise da Silveira (EAT/IMNS)
Oficina de Mandala - Coordenação: Ana Paula Jucá
Oficina Corpo e Som - Coordenação: Dévola Taís e Renata Del Piero
Tv Pinel
Feira dos usuários dos CAPS e instituições de Saúde Mental

Fotos do evento

O primeiro grupo a se apresentar foi o 'Teatro Cabeça' do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ).

Com parte da peça 'Os Saltimbancos', de Chico Buarque, os usuários do CPRJ divertiram o público com as peripécias dos amigos que saem pelas estradas da vida.

Os integrantes participam da Oficina de Teatro coordenada por Dinah Kleve, desde 2002.

A Oficina de Teatro é uma das atividades do hospital-dia e acontece às quartas e sextas, no período da manhã.

O grupo musical Cancioneiros do IPUB, da UFRJ, esteve entre as atrações da tarde. Criado em 1996 a partir de uma pesquisa sobre as composições dos próprios pacientes da oficina de musicoterapia da instituição, eles apresentaram canções que traduzem suas vivências e emoções.

A empatia com o público foi total. Os cancioneiros do IPUB emocionaram a platéia com letras que contam fragmentos de suas histórias de vida.

O grupo já tem um songbook e um CD gravados com as experiências das oficinas de musicoterapia.

Composto por usuários e terapeutas, o grupo já fez várias apresentações e todas com igual sucesso de 'crítica e de público'.

O Grupo Pirei na Cenna, do Centro de Teatro do Oprimido do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, Niterói, apresentou a peça Saúde Mental Positiva.

A peça fala dos conflitos vividos pela adolescente Nóia.

A peça discute a sexualidade, a loucura e a prevenção à Aids e tem como proposta a quebra dos preconceitos.

O Mágicos do Som foi criado em março de 1997, durante as sessões de musicoterapia, que tem como finalidade alcançar resultados que são a modificação e a elaboração de conflitos psíquicos, usando para isto procedimentos técnicos específicos e a utilização da linguagem musical como meio de expressão e comunicação de conteúdos internos.

A estréia do grupo foi em 18 de maio do mesmo ano, dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Hamilton, do grupo Harmonia Enlouquece, do CPRJ, levou a platéia ao delírio com hits que falam do cotidiano de portadores de transtornos psíquicos e que já são conhecidos do público.

O Harmonia Enlouquece já está preparando um segundo CD, que em breve estará a venda.

Os interessados poderão adquiri-lo nos shows ou no próprio CPRJ. A verba arrecadada será revertida para os usuários da instituição.

Um desfile de camisas-de-força adaptadas, idealizado pelo artista plástico Lula Vanderley, trouxe um toque de crítica social sob a ótica dos portadores de transtornos psíquicos. Um dos modelos mais aplaudidos foi o 'psiquiatra contemporâneo'.

A 'mulher brasileira', seus sonhos, anseios e frustrações também foi lembrada no desfile.

O 'burocrata', enrolado nas malhas do cotidiano, desfilou sua rede de complicações.

Teve até o modelo 'presidenciável' com promessas de campanhas e acenos para a platéia.

Oficina de mandalas

Coordenada por Ana Paula Jucá

O célebre psicólogo C. G. Jung, criador da Psicologia Analítica, após anos de pesquisa e aprofundamento no conhecimento do psiquismo humano passou a utilizar a construção de mandalas como método psicoterapêutico.

A oficina Corpo e Som, coordenada por Dévola Taís e Renata Del Piero, incentivou a utilização de uma linguagem criativa e gestual.

A equipe da TV Pinel documentou o espetáculo e colheu depoimentos do público sobre Saúde Mental.

Entre os CAPs que participaram da feira estão o Clarisse Lispector, Ruben Correa, Ernesto Nazareth, Profeta Gentileza, Pedro Pelegrino, Bispo do Rosário, Fernando Diniz e Lima Barreto.

Os Institutos Municipais Nise da Silveira, Phillipe Pinel e Juliano Moreira e o Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) também tiveram representantes no evento.

Alunos da Universidade Celso Lisboa e da UNISUAM aproveitaram o evento para conhecer mais um pouco sobre Nise da Silveira e complementar as tarefas de classe.

Usuários do CAPS de Itaguaí conheceram o Centro Cultural da Saúde e puderam aplaudir seus colegas que se apresentavam no palco.

O público, formado em sua maioria por clientes de CAPs, teve uma tarde emocionante e cheia de atrações.

Além de mostrar que tem muito samba no pé, a usuária do Instituto Municipal Nise da Silveira, cantou, declamou e encantou a platéia com suas habilidades artísticas.