Correspondências
Intituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Arquivos de Jornal
TELLES, Augusto C. Silva. edificios na av. pauster n. 250 da Universidade Federal do Rio de Janeiro, antigo Hospício dos Alienados. 1978-79.
Edifícios na Av. Pasteur, nº 250 da Universidade Federal do Rio de Janeiro, antigo Hospício dos Alienados
Por iniciativa do provedor da Santa Casa da Misericórdia, José Clemente Pereira, foi iniciada, em 1842, sobre a proteção do Imperador, a edificação de um Hospício para doentes mentais, com o nome de Hospício de Pedro II á margem da antiga Praia da Saudade, hoje na Avenida Pasteur.
A Instituição, sob o nome de Hospital Nacional de Alienados, ali funcionou até a uns trinta anos, quando se transferiu para Jacarepaguá. Nesta ocasião, o edifício, restaurado, passou para a serventia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, nela funcionando a Reitoria e a Faculdade de Arquitetura, até quando, transferidas ambas para a Cidade Universitária, passou a abrigar o Fórum de Ciência e Cultura e outras unidades de ensino da mesma universidade.
A edificação foi construída entre 1842 e 1852, inicialmente pelo engenheiro Domingos Monteiro, tendo havido a intervenção, na composição da frontaria, do pórtico e da capela, dos arquitetos José Maria Jacinto Rabelo e Joaquim Candido Guillobel. Edifício extenso e nobre, de construção extremamente acurada, desenvolveu-se em torno de quatro pátios, tendo, no eixo central, o vestíbulo, o saguão da escadaria nobre e a capela, que está no sobrado: A frontaria, que apresenta, ao centro, pórtico com dupla colunata arrematada por frontão, estende-se para os dois lados, com seqüência de pilastras que se repetem, e intercalam panos com vãos nos dois pisos, e é encimada por platibanda corrida. As arcadas que contornam os pátios, em dois pisos, conferem ao conjunto um certo sentido dos antigos claustros, sentido este que é entretanto contrariado pela platibanda robusta que encobre o telhado. As extensas galerias de circulação, os dois pisos, são revestidos por barras de azulejos portugueses de padrão. Ainda subsistem no sobrado, os salões nobres enriquecidos por pilastras que compartimentam as paredes e, pelos estuques dos tetos, e que se articulam com a escadaria nobre e com a capela.
A capela, coberta pr berço de estuque, apresenta altar de gosto neo-classico. A escultura do orago – São Pedro de Alcântara – em mármore de carrara, é de Fernando Pettrich, que é autor igualmente das estátuas de Pedro II e de José Clemente Pereira, que se encontram no salão nobre.
Augusto C. Silva Telles
1978-79